A luz como emoção, a iluminação teatral e as adaptações na pandemia
As adaptações que o mundo precisou fazer para seguir adiante, mesmo em tempos de pandemia, não pouparam o seguimento artístico. Aliás, este foi um dos setores mais atingidos pelas restrições impostas com vírus da Covid-19.
O teatro, por exemplo, teve que abrir mão de seu maior diferencial perceptivo; o público presente. Espetáculos e performances passaram a ser realizados de forma virtual, com cada expectador em sua residência e o artista contracenando para os olhos/lentes da câmera.
Esta nova concepção de evento, vinda e adotada tão rapidamente, desafiou profissionais a se reinventarem. Desafiou profissionais a passarem a mesma emoção de suas obras agora sem os aplausos da plateia. Para isso, o setor técnico buscou novas ferramentas de composição, sendo uma delas a luz.
O produtor cultural e técnico de iluminação, Edmar Leite, conta que muitas das coisas que funcionam no palco não puderam migrar para as apresentações online.
“O online deixa tudo mais restrito, as luzes que tínhamos no palco não causavam o mesmo efeito no vídeo. Eu mesmo, em minhas apresentações de contação de histórias, optei diversas vezes pela iluminação natural. Outros passaram a usar o ringlight e até mesmo chamas para clarear suas performances” destacou.
Como técnico de iluminação, Edmar trabalhou na Mostra Tapiri e no Espetáculo As Mulheres do Aluá, do grupo o Imaginário RO do qual é membro desde 2013, no Festival Amazônico de Teatro, do Grupo Wankabuki e no espetáculo Inimigos do Povo, em 2018, pela Trupe dos Conspiradores e atualmente em Fegues para este ano.
Em tantos trabalhos como responsável pela iluminação, Edimar cita a chamada dramaturgia da luz como um dos componentes essenciais de uma apresentação. “Por meio de cortes, transições e o uso das cores é possível transmitir a emoção que o ator e o diretor imaginaram. Para expressar violência, se usa a luz vermelha, a melancolia está ligada à cor azul e assim por diante”, comentou o profissional.
A iluminação teatral pode ser aprendida por oficinas e estudos de percepções, fazendo desta uma das partes mais instigantes do espetáculo.
Texto: Redação
Foto: Assessoria