A força do protagonismo da mulher na arte e os desafios de ser artista em RO

A força do protagonismo da mulher na arte e os desafios de ser artista em RO

Confira o depoimento de mulheres artistas que fazem do palco seu lugar de transformação.

Historicamente, as mulheres sempre tiveram um papel central na arte e atualmente, com mais autonomia e liberdade, elas têm ocupado cada vez mais espaço no teatro, mostrando todas as suas múltiplas potencialidades, seja no palco ou na coxia, trabalhando em vários cargos como  atriz,  produtora, diretora e a autora.

Mas os desafios das mulheres no teatro ainda são grandes, e elas lutam pelo reconhecimento do talento e por oportunidades de trabalhar. Um exemplo é a atriz Teo Nascimento, que se destaca como uma das mais talentosas atrizes de teatro e performance de Rondônia, e confidencia que já sofreu preconceito, mas lutou bravamente pelos seus sonhos.

“Eu investi no trabalho de atriz. Estudei, pesquisei e fiz o melhor que pude. Participei de muitas oficinas de teatro, dança e expressão corporal. E fui dirigida por diretores famosos como Elcias Villar, Marcelo Feliccit e Junior Lopes”, conta Teo.

Em outro momento, Teo relembra ter perdido uma trabalho pelo simples fato de ser mulher. E, por mais estranho que pareça, o preconceito partiu de uma outra mulher.

Teo Nascimento foi discriminada por ser considerada “velha demais” para atuar, mas enfrentou os desafios e atulemente se destaca em RO

“Fui indicada pra fazer uma oficina teatral para alunos do curso de medicina de uma faculdade particular de Porto Velho. Quando fui conversar com a coordenadora do curso, ela me olhou disse que o ideal é que este trabalho fosse feito por um artista homem porque a maioria dos alunos eram homens e que provavelmente não acatariam as minhas sugestões em relação aos exercícios dentro da oficina de teatro. E completou dizendo uma mulher baixinha vai parecer miúda lá no meio daqueles homens todos”, relembrou a atriz.

“Recebi aquilo como uma surpresa desagradável e fiquei enojada daquela conversa. Minha única reação foi sair daquela sala e dar o assunto por encerrado. Hoje provavelmente minha atitude seria diferente. Mas naquele momento foi assim”, disse Teo.

As situações vividas pela atriz ocorreram a quase 20 anos, mas ainda hoje surtem influência no cenário das artes cênicas.

Amanara Brandão, começou no teatro em 2014

Amanara Brandão, de 24 anos, trabalha com teatro há 8 anos em Porto Velho e nesta quase uma década atuando na área conseguiu perceber a predominância masculina em setores como a da dramaturgia.

“Penso que isso encontra terreno fértil por reproduzirmos práticas e teorias teatrais eurocentradas, que têm como expoentes homens-cis. Temos sim mulheres escritoras, dramaturgas, mas o espaços e reconhecimentos a estas, quando chegam, são sempre escassos ou tardios”, refletiu.

As coisas podem mudar

O momento é de transformação. E este sentimento é compartilhado pelas atrizes que consegue vislumbrar um futuro com mais espaço e oportunidades para as mulheres.

“Hoje nós mulheres estamos cada dia mais assumido os espaços que nos pertencem, no campo de trabalho, na política, nos movimentos sociais, então na arte e na cultura não podia ser diferente. Sendo arte uma área que trabalha com a criatividade e a sensibilidade a mulher não pode ficar de fora”, disse Teo.

Nas palavras de Amanara, o momento é definido como um momento de esperança. “Eu vejo, com esperança, uma mudança acontecendo nesse meio, e desde que me inseri nele vi isso de perto; tanto nos grupos ativos quanto no curso de Teatro na Universidade Federal de Rondônia, a presença feminina entre os elencos e os alunos é predominante”, destacou.

Fonte: Redação

Fotos: Divulgação

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