Lives “um novo palco” e uma oportunidade explorada pelo teatro rondoniense

“Mesmo com toda a dificuldade da pandemia achamos meios para chegar a onde queríamos”, destacou o dramaturgo e diretor Fabiano Barros.

Com a quarentena, artistas encontraram na tecnologia, internet e seus recursos a oportunidade das transmissões ao vivo pela web. Expansão e formação de novos públicos, as lives são o meio pelo qual a arte tem sobrevivido à pandemia Covid 19.  A visibilidade, alcance e interatividade com o público através de comentários e curtidas, enfim a diversidade nas ferramentas ainda estão sendo descobertas e exploradas, o dramaturgo e diretor Fabiano Tertuliano de Barros, de Ji-Paraná (RO), faz espetáculos desde 2001, falou sobre a experiência das transmissões online.

“Ninguém imaginaria que uma pandemia iria acontecer, estamos acostumados em ver isso muito no cinema, e quando aconteceu foi um choque. Ficamos meio sem saber o que fazer, e a internet nesse momento foi uma grande aliada para tudo principalmente para cultura eu tive uma inteiração ótima”, contou.

Para Fabiano Barros, o período de pandemia foi de oportunidade onde ele acabou fundando um canal Conexão Norte, direcionado para arte da Amazônia, “esse período foi muito produtivo cheguei a fazer um espetáculo Ave de Arribação, transmitido pelo canal”, explicou.

O que anteriormente era só para subir e armazenar os espetáculos na rede, Fabiano Barros destaca  que as lives possibilitaram um diálogo bem próximo com artistas de todo Brasil. “Tive a oportunidade de escoar e colocar as questões da região norte nas artes em pauta, outro ponto dos últimos dois anos foram os, fomento resultado da Lei Aldir Blanc, que gerou uma mobilização bem grande. E mesmo com toda a dificuldade da pandemia achamos meios para chegar a onde queríamos”, pontuou.

Para o dramaturgo e diretor Fabiano Barros, a virtualidade chega como um novo palco e mais uma opção do fazer teatral “e com o tempo vamos conhecendo e moldando de forma alcançar o público que está em casa”, completou afirmando que “a internet é uma grande aliada e é uma ferramenta que será usada por anos, mesmo com o final da pandemia eu acredito que ela ainda vai ser um lugar de troca, de apresentação e será utilizada ainda mais pelos artistas, pois ela é uma via de mão dupla que aproxima as pessoas aos artistas e a arte”, salientou.

Mas nem tudo é flores no mundo das lives, Fabiano Barros levanta a importância do conhecimento básico das ferramentas para uma boa apresentação virtual. “Uma apresentação virtual está muito ligada a conhecer a ferramenta, na pandemia teve uma saturação de lives  que afastou alguns da internet. Mas, ao mesmo tempo, criou um público que tem interesse e considerando a grande demanda de conteúdo esse grupo escolhe. Outro grande desafio é entender o que colocar, o público da internet tem um interesse por coisas rápidas e ter um conhecimento do seu funcionamento é importante”, afirmou.

Acreditando na força do teatro em Rondônia, Fabiano Barros, declara que “nós que fazemos teatro aqui aprendemos a fazer teatro sem recurso e apoio, lá no início sem nenhum tipo de formações, e com isso surgiu grupos, grandes trabalhos. O teatro de Rondônia tem por característica ser aberto, sempre busca dialogar. Aqui nos temos os melhores artistas da região, o público só ganha. Temos uma diversidade em festivais, grandes eventos que proporciona ao público oportunidade, porém o fazer artístico cultural do estado anda prejudicado pela falta de apoio privado e publico, essa situação tem que ser revista”, disse Fabiano.

Texto: Redação

Fotos: Divulgação